Você sabe que além do jogo e um belíssimo lugar no Japão – que ainda podem ser vistos, no Brasil houve um palhaço chamado Bingo? Bingo não pode ser mais visto na tv, mas já esteve no cinema e agora pode ser visto em internet.
E o jogo de bingo, pode e não pode ser jogado no Brasil, mas pode ser visto e jogado em bingos online.
Os significados das palavras mudam tudo
Anteriormente falamos sobre a cidade de “Bingo”, no Japão, e como uma palavra, somente por causa da fonética, pode ter sentidos e significados muito diferentes.
As palavras sempre são as protagonistas do que queremos comunicar e, dependendo da mensagem serão as palavras que escolheremos as que definem o resultado.
Para nós a palavra bingo refere geralmente ao jogo. Hoje vamos falar de outro Bingo brasileiro, que assim como o caso do povoado japonês, não é exatamente um sorteio de números e cartões. Embora, esse sim, fala da nossa história, quase tanto quanto o jogo.
(Parêntese)
De fato, no Brasil a forma de cantar bingo varia de região em região e se fizermos memória (até a época em que podíamos jogar ao bingo no Brasil), certamente vamos lembrar que cada lugar tem o seu jeito. Cada mesa de bingo tem a sua forma de nos dizer o que está acontecendo no jogo.
E inclusive, originalmente o jogo usava mais números que hoje em dia, na sua versão brasileira. As fichas mudam, os jogadores mudam, e ao pensar na mesma palavra os resultados podem ser diferentes.
Por caso, atualmente sabemos que, embora exista uma lei que seria tratada para regular os jogos de azar e apostas no Brasil, ainda está em suspense. Só nesses dois parágrafos, usamos várias conotações diferentes de uma mesma palavra.
Voltando para o Bingo rei
Em 2017 foi lançado o filme “Bingo: o rei das manhãs”, mostrando os bastidores de um personagem que foi uma referência para a infância nos anos 80. Antes de ser Bingo, foi Bonzo e na verdade, foi trazido por Silvio Santos até o Brasil.
Originalmente é um personagem criado nos Estados Unidos, mas também podemos interpretar que foi caricaturado por Matt Groening na sua animação mais famosa, como “Krusty”. E o Bonzo retratado no filme é Arlindo Barretto, um dos vários Bonzos que passaram pelo SBT. Bonzo foi um dos personagens mais populares na história da tv brasileira.
De fato, em 2012 o Sistema Brasileiro de Televisão tentou produzir novamente o programa, com a intenção de trazer de volta o Arlindo, e até gerando uma certa expetativa, mas sem resultados.
O filme foca-se no homem por trás da fantasia. Descreve a vida de Arlindo, interpretado por Vladimir Richta e dirigido por Daniel Rezende. Pedro Bial e Leandra Leal (assim como a fotos nessa matéria correspondem ao filme), e fazem parte da estrutura impecável de atores e técnicos que estão com Bingo ao longo dessa produção audiovisual.
Anteriormente Rezende participou da montagem e a edição de várias obras premiadas no cinema (Diários de Motocicleta, Tropa de Élite 1 e 2 e Cidade de Deus).
Graças ao seu trabalho neste último filme, Rezende recebeu uma indicação ao Oscar 2004. Após essas experiências, ele decide levar a batuta desde o rol de diretor, e por primeira vez mostrar a sua visão sobre uma história bem especial.
Além das polêmicas
Além das polemicas em torno a figura da personagem e da pessoa, Daniel escolhe essa história por tocar em assuntos ainda vigentes.
Consequentemente, a excelente equipe que o acompanha (incluindo especialmente os atores e técnicos envolvidos), o esquema e a fala cinematográfica geram um ótimo resultado, segundo as críticas após o lançamento.
Embora o filme seja uma versão bem interessante desse palhaço que marcou várias gerações de meninos e meninas, é quase um retrato de muitos fatos em volta da tv brasileira nessa década convulsiva para o Brasil.
Em qualquer caso, é um filme que volta os espetadores para a reflexão sobre mais ou menos os mesmos assuntos, trinta e tantos anos depois. Superficialmente pode ser visto como uma peça audiovisual que mostra o escapismo da pessoa que personificava o palhaço, mas não é somente isso.
Se dermos uma olhada mais sincera e crítica, podemos ver que realmente o contexto na época é muito bem descrito e o poder da mídia sobre as pessoas envolvidas, se bem não é o mesmo que hoje, tem uma influência muito significativa.
Tanto para os espetadores quanto para os criadores e principalmente o personagem central do filme. Cabe a nós hoje, refletir sobre os conteúdos que escolhemos, a vida que levamos adiante e os espaços que escolhemos para nos desenvolver (interiormente e exteriormente).
Refletir sobre o verdadeiro significado das coisas
Refletir também nessa matéria, onde começa a nossa liberdade. Se podemos escolher as melhores opções e se essa escolha é feita com consciência. Cada um de fato, é livre de escolher o que fazer nos seus momentos de lazer, mas no Brasil ainda estamos em suspense sobre uma lei que esclareça várias das formas de lazer no Brasil.
Esse filme (independentemente do que cada um achar ao vê-lo), abre perguntas interessantes sobre nós mesmos, mas, também com nossas formas de divertimento.
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