Você sabe o quanto lucra? O quanto deveria lucrar? Se o seu lucro é sustentável para o mercado em que atua? Descubra essas e outras respostas neste artigo e descomplique as finanças do seu negócio digital.
Me deixa tentar adivinhar sua história:
Desde muito cedo você já gostava de internet.
Ter a possibilidade de se comunicar com o mundo todo, compartilhar e absorver as mais diversas informações e conteúdos, comprar e vender uma variedade produtos e se sentir incluído em uma comunidade enorme de pessoas que são parecidas com você, tudo para um objetivo: ser um empreendedor de sucesso no digital.
Fazer parte dessa estrutura viva e em constante transformação já era maravilhoso e você estava completamente satisfeito.
Até o momento em que percebeu que era muito bom em algumas das coisas que fazia online e que existia uma possibilidade de retorno financeiro.
Nessa hora acontece o “click”: “Opa, então quer dizer que eu posso ficar o dia inteiro na internet e ainda ganhar dinheiro?”
Parecia ser bom demais para ser verdade. E, no início, provavelmente era!
Descobrir um mercado totalmente novo, ganhar dinheiro por conta própria e criar uma base de clientes ou seguidores que acreditam no que você faz.
Só que o negócio cresceu: você precisou se organizar com uma estrutura de softwares de apoio, contratar pessoas para te ajudar na operação e o mais dolorido: pagar impostos.
Você que achava que ser muito bom na sua atividade principal e conhecer o seu mercado como poucos era suficiente para ser um empreendedor de sucesso se viu perdido no meio de uma série de rotinas, burocracias e obrigações que desconhecia totalmente.
E aí, acertei?
Se sim, continua comigo que posso te ajudar a organizar melhor a parte financeira do seu negócio.
Se não, vem também, pois um dia você vai chegar lá e é melhor ir se preparando.
Se você é do mercado condominial, vai acontecer uma live sobre gestão financeira automatizada na ucondo. Inscreva-se.
Lucro
A fórmula de apuração de lucro é a seguinte: “Receita – Despesa”. Simples né?
Se eu vendi R$10.000,00 e gastei R$7.000,00, obtive o lucro de R$3.000,00. Perfeito…enquanto existir lucro.
Quando a receita é de R$10.000,00 e as despesas somam R$11.500,00, bate o desespero. Será que vendi pouco? Gastei demais? Se gastei muito, foi em que? Mês que vem vai ser igual?
Saber onde está o seu problema é o primeiro passo para eliminá-lo. Nesse caso isso pode ser feito a partir de uma ferramenta amplamente utilizada no mundo todo: o DRE.
Com esse demonstrativo financeiro, você separa sua receita e despesas em subdivisões que permitem a análise separada de cada uma.
Além de permitir traçar uma tendência de seus resultados comparando os períodos atuais e anteriores, o DRE possibilita que você compare seu desempenho com outras empresas do mesmo ramo.
Centros de custo
Para montagem do DRE é necessária a união das despesas do seu negócio nos chamados centros de custo, que nada mais são do que grupos que aglutinam despesas com objetivos em comum.
Dentre os centros de custo presentes no DRE, se destacam os seguintes:
Custos variáveis
O primeiro centro de custo a ser abatido da receita são os custos variáveis. Como o próprio nome já diz, são todos os custos que variam proporcionalmente à sua produção.
Um exemplo comum a todo tipo de negócio é o gasto com impostos: por se tratar de uma alíquota a ser calculada em cima de sua receita, ele sempre vai acompanhar a variação de suas vendas.
Se seu negócio envolver a produção e edição de vídeos para internet, os gastos com editores, custos com cenário e aluguel de estúdio são considerados custos variáveis.
No caso de um e-commerce, os gastos variáveis envolveriam compra de mercadorias, hospedagem de site, custo de embalagem e logística da entrega.
No mercado de infoprodutos ou marketplaces, se somariam aos custos acima os gastos de comissionamento da plataforma e de possíveis afiliados que realizam a venda.
Se houver problemas de lucratividade em seu negócio digital, a probabilidade de ele estar nos custos variáveis é muito grande. Normalmente esse centro de custos representa 40% a 60% da receita total do negócio e ações de melhoria realizadas nele podem trazer grande impacto positivo.
Subtraindo os custos variáveis de sua receita total, você chega ao Lucro Bruto ou Margem de Contribuição. Esse indicador representa o valor que sobra após o seu gasto com produção e venda.
Despesas operacionais
São as despesas diretamente relacionadas à operação do seu negócio e que não tem variação proporcional com a receita, também chamadas de despesas fixas.
Exemplos de despesas operacionais são os gastos relacionados a pessoal (salários e encargos), estrutura física (aluguel e energia) e com serviços mensais(internet, telefone, mensalidade de softwares).
Em relação às empresas tradicionais, os negócios digitais em sua maioria são mais econômicos em sua operação por não necessitarem de grandes espaços físicos ou uma equipe extensa.
Quais são as despesas operacionais no negócio digital?
Outra particularidade do mercado digital é que quem cria seu ponto de venda é você mesmo. O fluxo de leads, impressões e clientes do seu negócio é fruto direto do seu investimento em publicidade e posicionamento de marca.
Portanto, nada de economizar nessa área, a encare como um investimento que trará ótimos retornos se praticado corretamente
Abatendo minhas despesas operacionais do meu Lucro Bruto, eu chego ao meu Lucro Operacional. Também conhecido como EBITDA, ele é tido universalmente como o principal indicador de desempenho de uma empresa.
A partir desse resultado é possível aferir se a empresa possui uma operação saudável e consegue gerar lucro após cumprir com todas suas obrigações financeiras.
No caso da comercialização de vídeos e infoprodutos, o benchmarking de EBITDA varia de 30% a 40%, podendo até mesmo extrapolar esses números, de acordo com gastos com plataforma e comissionamento.
Já no caso dos e-commerces, por envolver a compra e venda de mercadoria o indicador de lucro operacional segue a tendência do varejo, flutuando entre 10% e 15% dependendo do produto que é comercializado, tamanho da estrutura e verticalização da empresa.
Capital de giro
Após a apuração do lucro operacional, o empreendedor tem dois possíveis caminhos para o dinheiro: coloca no bolso ou reinveste na empresa.
Nesse quesito não existe regra universal: cada um retira o que precisa para manter seu custo de vida, contanto que não prejudique a empresa.
Capital de Giro é essencial para organizar o seu negócio digital.
Enxergue seu negócio como uma vaca leiteira: se você a ordenhar à exaustão todos os meses e não separar um pouco de capim para cuidar dela, vai chegar a hora em que a pobrezinha não aguentará mais. E os dois passarão fome.
Separe todos os meses uma quantia para ser reinvestida ou permanecer como capital de giro para a operação. Dessa forma você estará mais preparado para momentos difíceis e conseguirá aproveitar melhor as oportunidades do mercado.
E aí, acha que consegue implementar algum dos conhecimentos acima em seu negócio digital?
Não perca tempo e comece a organizar suas finanças para alcançar resultados cada vez melhores!
Texto: Matheus Lopes – Consultor de empresas na GPME